E como
houvesse concorrido um crescido número de povo, e acudissem solícitos a ele das
cidades, lhes disse Jesus por semelhança: Saiu o que semeia, a semear o seu
grão: e ao semeá-lo, uma parte caiu junto ao caminho, e foi pisada, e a comeram
as aves do céu. E outra caiu sobre pedregulho: e quando foi nascida se secou,
porque não tinha umidade. E a oura caiu entre espinhos, e logo os espinhos que
nasceram com ela, a afogaram. E outra caiu em boa terra: e depois de nascer,
deu fruto, cento por um. Dito isto, começou a dizer em alta voz: Quem tem
ouvidos de ouvir, ouça.
Então os
seus discípulos lhe perguntaram que queria dizer esta parábola. Ele lhes
respondeu: A vós foi-vos concedido conhecer o mistério do reino de Deus, mas
aos outros se lhes fala por parábolas: para que vendo não vejam, e ouvindo não
entendam.
É pois este
o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. A que cai à borda do
caminho, são aqueles que a ouvem: mas depois vem o diabo, e tira a palavra do
coração deles, para que não se salvem crendo. Quanto à que cai em pedregulho, significa
os que recebem com gosto a palavra quando a ouviram: e estes não têm raízes:
porque até certo tempo crêem, e no tempo da tentação voltam atrás.
E a que
caiu entre espinhos: estes são os que a ouviram, porém indo por diante, ficam
sufocados dos cuidados, e das riquezas, e deleites desta vida, e não dão fruto.
Mas a que caiu em boa terra: estes são os que ouvindo a palavra com coração
bom, e muito são, a retêm e dão fruto pela paciência. Ninguém pois acende uma
lâmpada, e a cobre com alguma vasilha, ou a põe debaixo da cama: põe-na sim
sobre um candeeiro, para que vejam a luz os que entram. Porque não há coisa
encoberta que não haja de ser manifestada: nem escondida, que não haja de
saber-se, e fazer-se pública. Vede pois como ouvis, porque àquele que tem lhe
será dado: e ao que não tem, ainda aquilo mesmo que entender ter, lhe será
tirado.
Evangelho
de São Lucas (8, 4-18)
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