O Pequeno Cravo da Índia - Por Alessandra Franco e Sabrina Franco

O ar gélido da serena madrugada do último dia do outono tocava as folhagens dos grandes pinheiros estremecendo-as, assim como os galhos secos das árvores que estavam ao seu redor. Restavam poucas horas para que surgisse no horizonte os primeiros raios do sol, ao fim do vale, as correntezas dos rios quase paralisavam-se pelo frio. 

A Lua Cheia iluminava o céu noturno, parecendo acalmar a sombria escuridão, enquanto as estrelas brilhavam cada vez mais, preenchendo a imensidão. Tudo permaneceria em silencio, não fosse pelo som ríspido do sussurro das rajadas de vento e a brisa gélida da madrugada, vinda do alto das montanhas recobertas pela neve da noite anterior. 

Nuvens estavam a se formar, cobrindo as estrelas e a lua, quando pequenos flocos de neve começavam a cair lentamente. Dispersados na atmosfera da madrugada mesclada de luzes e sombras, pairando pelo ar com o vento, eram guiados suavemente, caindo em direção à superfície da terra. 

Um pequeno floco de neve pairando em espiral através do vento, repousa sobre a folhagem de uma planta adormecida, transformando-se em um pequeno cristal de gelo. 

No horizonte, pouco a pouco revelavam-se os primeiros raios de sol do primeiro dia de inverno, tornando as estrelas invisíveis e a lua esquecida, ao mesmo tempo em que o pequeno floco de neve que agora se tornara um cristal de gelo, transforma-se em orvalho, regando um solitário Cravo-da-Índia adormecido. 


Por: Irmãs Franco Ale e Sabry

Imagens da Capa: Canva