Era tarde de outono quando o sol começava a ocultar-se atrás das altas montanhas em meio ao crepúsculo. Na colina, próximo dali havia uma pequena e antiga cabana, as marcas nas paredes não escondiam seus rastros do tempo. Na varanda havia florescido uma linda planta, desabrochando perfumadas Peônias brancas.
Todos os dias, ao entardecer da noite, surgia por entre as árvores um pequeno Rouxinol cantando uma melodia que nenhum outro pássaro jamais poderia imitar. Suavemente pousava nos galhos da perfumada Peônia branca, assim adormecia até o nascer do sol da manhã seguinte, e seguiria novamente em direção ao horizonte.
Uma forte brisa vinda do norte, trazia uma leve chuva como se fosse carregada por pequenos chuviscos transparentes que caíam do céu. Procurando abrigo da chuva, o Rouxinol entrou em uma fenda na parede da varanda, adormecendo com o barulho da chuva no telhado.
Uma jovem garotinha que passava por aquele lugar para colher cerejas, acabou se refugiando na varanda, esperando a chuva cessar. Ao olhar para a Peônia branca, percebeu próximo dela o Rouxinol adormecido, dentro da fenda na parede. Rapidamente, com o pote de vidro vazio que levava em suas mãos, capturou o Rouxinol, fechando a tampa do pote.
Aos poucos, o Rouxinol parecia perder suas forças dentro do pote de vidro. Então, ela percebeu que o Rouxinol estava morrendo pela falta de ar. Nesse momento, decidiu libertá-lo, sabendo que assim como ela, o pássaro precisava ser livre.
No dia seguinte, ao voltar naquele lugar, um som agradável chamou a atenção da menina. Seguindo até a Peônia branca, alegrou-se por ver ali o pequeno Rouxinol novamente.
Olhando para ele, ela pode entender que às vezes a felicidade está onde menos se espera encontrá-la. Assim como as fases da lua, tudo necessita de tempo. O tempo necessário. O tempo devido para encontrar a felicidade.
Por: Irmãs Franco Ale e Sabry
Imagens da Capa: Canva
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