O Rio do Esquecimento - Irmãs Franco Ale e Sabry

 



O Amor pode superar o Completo Esquecimento?

Mesmo no esquecimento, nem o Amor, tampouco o Ódio

podem ser completamente esquecidos.


 


Ato I

Em um Reino distante e antigo

Uma mulher vivia com seu marido;

Mas ele ficou muito doente e entristecido.

Ela ouviu falar de uma Água Mágica, no mercado.

Para encontrá-la, era necessário cruzar o Rio do Esquecimento,

Então, a esposa teve um pensamento;

Decidiu buscar a Água e não lhe importava o perigo.

No dia seguinte, deixou tudo e partiu.

No caminho, encontrou uma velha senhora, na balsa, na beira do Rio,

Foi quando a bruxa lhe disse:

- Cuidado minha jovem, pois se engana com o seu marido,

Do outro lado do Rio há um grande perigo,

Ele não vale o sofrimento que você passará,

Pois apenas ingratidão o seu coração terá.

Não ouvindo as palavras daquela velha senhora,

Ela entrou na balsa e lhe respondeu:

- Minha senhora, por favor, me leve até a Água Mágica,

Pois, bem conheço aquele que eu quero salvar,

E sei que... se fosse eu, ele viria até aqui para me ajudar.

Então, partiram e foi quando a jovem mulher atravessou o Rio.

Ali, onde desembarcou fazia muito frio,

E o vento gélido lhe deixou um sombrio arrepio.

 


Ato II

Em sua jornada ela persistiu.

Foi quando um homem próximo da montanha surgiu.

E lhe disse:

- Minha Jovem, se você procura pela Água Mágica que pode curar,

Precisa saber que todas as suas lembranças ao Rio do Esquecimento

Você deverá entregar,

Esse é o único jeito de conseguir deste lugar voltar.

No entanto, para manter suas lembranças,

A Água para trás, você deverá deixar.

A Jovem decidiu suas Lembranças ao Rio do Esquecimento entregar

Para que a vida de seu marido ela pudesse salvar.

O homem lhe entregou uma taça lhe disse:

- Se de seu marido você não puder mais se lembrar

Como fará para a Água Mágica lhe entregar?

Antes de beber o líquido da taça,

Ela lhe pediu para entregar a Água Mágica ao marido

E lhe explicou onde o encontrar.

E então bebeu o líquido e sentiu uma vertigem.

- Entregarei por você, mas espere até eu voltar

Ou a Água Mágica não vai funcionar.

Tenho estado sozinho por mil anos

E uma companhia não me fará danos

Amanhã já não lembrará de seu passado

E esse fato jamais poderá ser mudado.

Ele deixou a jovem e partiu,

Mas percebeu que a bruxa o seguiu.

- Deixe que eu entregarei a Água ao marido.

Volte para o Rio e tenha cuidado para não ser traído.

- Leve esta Água, minha senhora, e faça com ela o que quiser.

Eu vou beber em algum lugar, não tenho pressa para voltar,

Pois as lembranças dela primeiro devem se afastar;

Então, direi que sou o marido que ela queria salvar

Vou beber e comemorar, pois sozinho já não vou mais estar.

 


Ato III

Sozinha naquele lugar

A jovem, de seu passado já não conseguia mais se lembrar.

Decidiu dali se retirar;

Mas o Rio era muito agitado para ela nadar,

Foi quando uma balsa começou a se aproximar,

Era um Rei que pela Água Mágica veio procurar.

- Minha Jovem, busco pela Água Mágica do Rio do Esquecimento.

A Jovem então lhe disse:

- Meu senhor, creio que não poderei lhe ajudar

Pois, do meu passado não tenho conhecimento;

Eu desejava sair deste lugar

E apenas me recordo disso faz pouco tempo.

O Rei percebeu que algo estava errado,

Pois a memória dela alguém havia roubado.

- O Rio do Esquecimento se chama assim para não ser encontrado,

Há muito tempo, por tentar roubar

A Água Mágica e abençoada, um ladrão foi amaldiçoado,

Porque com uma benção tentou lucrar;

Ele pode tentar sair, mas para este lugar,

Ao amanhecer o ladrão sempre irá voltar.

- Sinto que talvez tenha sido enganada, mas não consigo lembrar.

- Me ajude a procurar, se a Água Mágica você me ajudar a encontrar

Deste lugar eu posso lhe salvar.

Eu estava preparado, caso o bandido tentasse me enganar.

Assim a jovem e o Rei procuraram

E um baú cheio de garrafas com a Água Mágica encontraram;

O Rei levou o baú e a jovem, e quando amanheceu

O bandido preso ao Rio, apareceu.

 

 

Ato IV

A velha senhora em uma jovem se transformou,

Ao chegar na casa, viu o marido da jovem e a Água lhe entregou;

Como um milagre ele melhorou

Mas ficou desesperado por não ver sua esposa

E no dia seguinte ele partiu procurando por ela,

Quando lhe disseram no mercado

Que ela havia ido procurar a Água Mágica no Rio do Esquecimento

Então, ele fez um juramento

Encontraria sua esposa preciosa.

Ao chegar no Rio, havia um pequeno barco o esperando.

Então, a jovem que agora havia se tornado a velha senhora lhe disse:

- Sua Esposa você nunca mais poderá encontrar,

Pois esse foi o preço para a sua vida poder salvar

Você deve deixá-la e não mais a esperar

Pois, o Destino insistiu em os separar

Não podem viver juntos, mas também não podem viver um com o outro

Pois um grande sofrimento lhes seria imposto.

Não lhe importa tanto desgosto?

Lembre-se da jovem senhora

Que seu remédio foi lhe entregar,

Com ela você agora deve se casar

E uma vida juntos logo começar.

E ele lhe respondeu:

- Minha esposa é a única que irei amar,

Não importa o sofrimento, eu irei suportar

Com outra mulher jamais irei me casar

Não importa o tempo que demorar, nesta ou na próxima vida

Minha esposa irei encontrar.

Aborrecida, a velha senhora o jogou no Rio do Esquecimento.

- Homem tolo, quando tentei envenenar sua esposa,

 Foi você quem comeu a maçã envenenada,

E quando fui o curar do meu veneno,

Você procurou o sofrimento.

E ela o jogou no Rio do Esquecimento.

Porque ela o queria, e ele dela seria

Sua alma agora se fragmentaria,

E ele seu escravo se tornaria.

 

 


Ato V - Final

Sete anos se passaram,

A jovem acolhida pelo Rei

Sabia que procurava por alguém,

Pois, embora sem memória, seus sentimentos não a abandonaram.

O Rei tentou fazê-la sua rainha,

Mas em seu coração uma lembrança apagada ela ainda tinha.

Um dia passeando perto de um rio

Ao olhar seu reflexo na Água, ela caiu.

O Rei tentou salvá-la, mas o rio a levou,

Até que em uma cachoeira ela acordou.

Ao perceber uma caverna quando o céu começou a escurecer,

Para se proteger quando começasse a chover

Dentro da caverna ela entrou.

Na caverna coberta de cristais azuis, ela encontrou

Um jovem adormecido

Deitado sobre uma mesa de vidro.

Ela se aproximou e ao olhar para ele, enfim percebeu;

Que ele era seu;

O marido que ela havia esquecido.

As lembranças vieram com uma lágrima,

Percebendo que há muito tempo havia sido enganada.

Ela se aproximou e quando na mão dele, ela tocou

Seu nome ela sussurrou:

E ele acordou.

Ao ver sua esposa, as seguintes palavras, ele pronunciou:

- Perdoe-me! Se eu não tivesse acreditado em quem eu não deveria

Isso não teria acontecido,

No mercado uma senhora me ofereceu maçãs ao meio-dia,

Para saber se eram doces para você, decidi experimentar,

Foi quando eu não conseguia mais enxergar.

Depois essa senhora se transformou em uma jovem

E me ofereceu o remédio para me curar.

Mas você havia desaparecido e ao lhe procurar

Essa mesma senhora me jogou no Rio,

Para fragmentar minha alma no vazio.

Mas por alguma razão, o Rio do Esquecimento,

Me deixou aqui e quando a Água toca os cristais azuis

Mesmo inconsciente eu posso ver através da luz.

Tenho acompanhado você e em cada entardecer

E eu vi tudo o que poderia saber,

O conhecimento ao longo das memórias do tempo

Minha alma se fragmentou, mas em cada momento

As partes dela seguiram você, mas você não poderia me ver

E ao longo de todo esse tempo

O Rio do Esquecimento

Resgatou minha alma e por fim,

O Rio trouxe você até mim,

Porque você e a parte que falta

Para completar a vida em minha alma.




Moral da História:

 O amor verdadeiro suporta as dificuldades impostas pelo destino. 

Enquanto o ódio cega a razão no caminho.




Por: Irmãs Franco Ale e Sabry


Créditos de Imagens: Canva


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