O Amor pode superar o
Completo Esquecimento?
Mesmo no esquecimento,
nem o Amor, tampouco o Ódio
podem ser completamente esquecidos.
Ato I
Em
um Reino distante e antigo
Uma
mulher vivia com seu marido;
Mas
ele ficou muito doente e entristecido.
Ela
ouviu falar de uma Água Mágica, no mercado.
Para
encontrá-la, era necessário cruzar o Rio do Esquecimento,
Então,
a esposa teve um pensamento;
Decidiu
buscar a Água e não lhe importava o perigo.
No
dia seguinte, deixou tudo e partiu.
No
caminho, encontrou uma velha senhora, na balsa, na beira do Rio,
Foi
quando a bruxa lhe disse:
-
Cuidado minha jovem, pois se engana com o seu marido,
Do
outro lado do Rio há um grande perigo,
Ele
não vale o sofrimento que você passará,
Pois
apenas ingratidão o seu coração terá.
Não
ouvindo as palavras daquela velha senhora,
Ela
entrou na balsa e lhe respondeu:
-
Minha senhora, por favor, me leve até a Água Mágica,
Pois,
bem conheço aquele que eu quero salvar,
E
sei que... se fosse eu, ele viria até aqui para me ajudar.
Então,
partiram e foi quando a jovem mulher atravessou o Rio.
Ali,
onde desembarcou fazia muito frio,
E
o vento gélido lhe deixou um sombrio arrepio.
Ato
II
Em
sua jornada ela persistiu.
Foi
quando um homem próximo da montanha surgiu.
E
lhe disse:
-
Minha Jovem, se você procura pela Água Mágica que pode curar,
Precisa
saber que todas as suas lembranças ao Rio do Esquecimento
Você
deverá entregar,
Esse
é o único jeito de conseguir deste lugar voltar.
No
entanto, para manter suas lembranças,
A
Água para trás, você deverá deixar.
A
Jovem decidiu suas Lembranças ao Rio do Esquecimento entregar
Para
que a vida de seu marido ela pudesse salvar.
O
homem lhe entregou uma taça lhe disse:
-
Se de seu marido você não puder mais se lembrar
Como
fará para a Água Mágica lhe entregar?
Antes
de beber o líquido da taça,
Ela
lhe pediu para entregar a Água Mágica ao marido
E
lhe explicou onde o encontrar.
E
então bebeu o líquido e
sentiu uma vertigem.
-
Entregarei por você, mas espere até eu voltar
Ou
a Água Mágica não vai funcionar.
Tenho
estado sozinho por mil anos
E
uma companhia não me fará danos
Amanhã
já não lembrará de seu passado
E
esse fato jamais poderá ser mudado.
Ele
deixou a jovem e partiu,
Mas
percebeu que a bruxa o seguiu.
-
Deixe que eu entregarei a Água ao marido.
Volte
para o Rio e tenha cuidado para não ser traído.
-
Leve esta Água, minha senhora, e faça com ela o que quiser.
Eu
vou beber em algum lugar, não tenho pressa para voltar,
Pois
as lembranças dela primeiro devem se afastar;
Então,
direi que sou o marido que ela queria salvar
Vou beber e comemorar, pois sozinho já não vou mais estar.
Ato
III
Sozinha
naquele lugar
A
jovem, de seu passado já não conseguia mais se lembrar.
Decidiu
dali se retirar;
Mas
o Rio era muito agitado para ela nadar,
Foi
quando uma balsa começou a se aproximar,
Era
um Rei que pela Água Mágica veio procurar.
-
Minha Jovem, busco pela Água Mágica do Rio do Esquecimento.
A
Jovem então lhe disse:
-
Meu senhor, creio que não poderei lhe ajudar
Pois,
do meu passado não tenho conhecimento;
Eu
desejava sair deste lugar
E
apenas me recordo disso faz pouco tempo.
O
Rei percebeu que algo estava errado,
Pois
a memória dela alguém havia roubado.
-
O Rio do Esquecimento se chama assim para não ser encontrado,
Há
muito tempo, por tentar roubar
A
Água Mágica e abençoada, um ladrão foi amaldiçoado,
Porque
com uma benção tentou lucrar;
Ele
pode tentar sair, mas para este lugar,
Ao
amanhecer o ladrão sempre irá voltar.
-
Sinto que talvez tenha sido enganada, mas não consigo lembrar.
-
Me ajude a procurar, se a Água Mágica você me ajudar a encontrar
Deste
lugar eu posso lhe salvar.
Eu
estava preparado, caso o bandido tentasse me enganar.
Assim
a jovem e o Rei procuraram
E
um baú cheio de garrafas com a Água Mágica encontraram;
O
Rei levou o baú e a jovem, e quando amanheceu
O
bandido preso ao Rio, apareceu.
Ato
IV
A
velha senhora em uma jovem se transformou,
Ao
chegar na casa, viu o marido da jovem e a Água lhe entregou;
Como
um milagre ele melhorou
Mas
ficou desesperado por não ver sua esposa
E
no dia seguinte ele partiu procurando
por ela,
Quando
lhe disseram no mercado
Que
ela havia ido procurar a Água Mágica no Rio do Esquecimento
Então,
ele fez um juramento
Encontraria
sua esposa preciosa.
Ao
chegar no Rio, havia um pequeno barco o esperando.
Então,
a jovem que agora havia se tornado a velha senhora lhe disse:
-
Sua Esposa você nunca mais poderá encontrar,
Pois
esse foi o preço para a sua vida poder salvar
Você
deve deixá-la e não mais a esperar
Pois,
o Destino insistiu em os separar
Não
podem viver juntos, mas também não podem viver um com o outro
Pois
um grande sofrimento lhes seria imposto.
Não
lhe importa tanto desgosto?
Lembre-se
da jovem senhora
Que
seu remédio foi lhe entregar,
Com
ela você agora deve se casar
E
uma vida juntos logo começar.
E
ele lhe respondeu:
-
Minha esposa é a única que irei amar,
Não
importa o sofrimento, eu irei suportar
Com
outra mulher jamais irei me casar
Não
importa o tempo que demorar, nesta ou na próxima vida
Minha
esposa irei encontrar.
Aborrecida,
a velha senhora o jogou no Rio do Esquecimento.
-
Homem tolo, quando tentei envenenar sua esposa,
Foi você quem comeu a maçã envenenada,
E
quando fui o curar do meu veneno,
Você
procurou o sofrimento.
E
ela o jogou no Rio do Esquecimento.
Porque
ela o queria, e ele dela seria
Sua
alma agora se fragmentaria,
E
ele seu escravo se tornaria.
Ato
V - Final
Sete
anos se passaram,
A
jovem acolhida pelo Rei
Sabia
que procurava por alguém,
Pois,
embora sem memória, seus sentimentos não a abandonaram.
O
Rei tentou fazê-la sua rainha,
Mas
em seu coração uma lembrança apagada ela ainda tinha.
Um
dia passeando perto de um rio
Ao
olhar seu reflexo na Água, ela caiu.
O
Rei tentou salvá-la, mas o rio a levou,
Até
que em uma cachoeira ela acordou.
Ao
perceber uma caverna quando o céu começou a escurecer,
Para
se proteger quando começasse a chover
Dentro
da caverna ela entrou.
Na
caverna coberta de cristais azuis, ela encontrou
Um jovem adormecido
Deitado
sobre uma mesa de vidro.
Ela
se aproximou e ao olhar para ele, enfim percebeu;
Que
ele era seu;
O
marido que ela havia esquecido.
As
lembranças vieram com uma lágrima,
Percebendo
que há muito tempo havia sido enganada.
Ela
se aproximou e quando na mão dele, ela tocou
Seu
nome ela sussurrou:
E
ele acordou.
Ao
ver sua esposa, as seguintes palavras, ele pronunciou:
-
Perdoe-me! Se eu não tivesse acreditado em quem eu não deveria
Isso
não teria acontecido,
No
mercado uma senhora me ofereceu maçãs ao meio-dia,
Para
saber se eram doces para você, decidi experimentar,
Foi
quando eu não conseguia mais enxergar.
Depois
essa senhora se transformou em uma jovem
E
me ofereceu o remédio para me curar.
Mas
você havia desaparecido e ao lhe procurar
Essa
mesma senhora me jogou no Rio,
Para
fragmentar minha alma no vazio.
Mas
por alguma razão, o Rio do Esquecimento,
Me
deixou aqui e quando a Água toca os cristais azuis
Mesmo
inconsciente eu posso ver através da luz.
Tenho
acompanhado você e em cada entardecer
E
eu vi tudo o que poderia saber,
O conhecimento ao longo das memórias do
tempo
Minha
alma se fragmentou, mas em cada momento
As
partes dela seguiram você, mas você não poderia me ver
E
ao longo de todo esse tempo
O
Rio do Esquecimento
Resgatou
minha alma e por fim,
O
Rio trouxe você até mim,
Porque
você e a parte que falta
Para
completar a vida em minha alma.
Moral da História:
O amor verdadeiro suporta as dificuldades impostas pelo destino.
Enquanto o ódio cega a razão no caminho.
Créditos de Imagens: Canva
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